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Os impactos da COVID-19 na mobilidade urbana

A mobilidade urbana é item essencial para o funcionamento das cidades e o isolamento social causado pela pandemia está trazendo reflexões importantes sobre sua importância

Indispensável para o deslocamento de profissionais de serviços essenciais, em especial os trabalhadores da saúde, a mobilidade urbana vivencia impactos inesperados causados pela pandemia do novo Coronavírus, com determinações de distanciamento social e medidas para isolamento que reduziram consideravelmente o fluxo de veículos e o funcionamento do transporte público nas grandes cidades.

Diminuição na circulação de veículos e de acidentes de trânsito

Desde o início da pandemia a circulação de veículos no mundo inteiro diminuiu consideravelmente com a recomendação do distanciamento social. Em Estocolmo, na Suécia, o número de passageiros em trens e metrôs da cidade caíram pela metade no início de abril. Em Milão, um app de localização registrou queda de 97% no número de viagens planejadas.

No Brasil, o estado de São Paulo registou queda de 31,3% no número de acidentes fatais no período entre 24 e 31 de março, quando as regras de isolamento social passaram a vigorar. De acordo com o Infosiga SP, em vias municipais o registro de queda é de 26,9%.

Nova rotina para o transporte público

O transporte público também teve que se adaptar às normas de higienização e restrições de mobilidade determinadas para conter a disseminação do novo Coronavírus. Diversos estados e municípios do Brasil decretaram o uso obrigatório de máscaras durante as viagens. Em São Paulo, o Decreto nº 59.384 determina que motoristas, cobradores, trabalhadores de terminais e passageiros utilizem o equipamento de proteção. Além disso, as empresas do setor devem reforçar a limpeza dos carros entre as viagens.

Em Nova York, onde o metrô funciona 24 horas, as operações passam a ser suspensas entre às 1h e 5h da manhã para que seja realizada a desinfecção da rede de transporte.

Redução da mobilidade diminui emissão de gases poluentes

Não só a diminuição das atividades industriais, como também a queda nas viagens e no trânsito são responsáveis pela diminuição dos níveis de poluição por fuligem e fumaça, consideradas “convencionais”.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) têm registrado quedas recorrentes nos níveis de poluição do ar desde o dia 20 de março, quando as medidas de isolamento começaram a vigorar. A redução nos níveis de monóxido de carbono tem contribuído para que a qualidade do ar seja registrada como boa nos últimos dias. Resultado da diminuição de veículos nas ruas.

Segurança para motoboys e ciclistas

A maioria das pessoas não está saindo de casa, mas continua realizando suas compras através do e-commerce e dos aplicativos de delivery. Esse movimento contribui com o crescimento dos serviços de entrega e, consequentemente, com aumento no número de motoboys e ciclistas para trabalhar com entregas.

O tráfego desses trabalhadores deve gerar novas demandas para as cidades, que precisam pensar na ampliação das leis que asseguram a vida dos entregadores e rever exigências para o uso de itens de segurança, especialmente para os ciclistas, que não costumam utilizar capacete ou joelheiras.

A mobilidade urbana atravessa os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, desenvolvidos pelas Nações Unidas, como fator importante para o desenvolvimento das cidades inteligentes e o incentivo aos transportes individuais não poluentes, como as bicicletas e veículos elétricos, reforçando a defesa do acesso ao transporte público sustentável como forma de inclusão social.

Nesse momento de pandemia, em que os serviços essenciais precisam funcionar e que pessoas que moram em regiões periféricas utilizam os transportes público para chegar às unidades de atendimento de saúde, nada mais relevante que repensar os planejamentos de mobilidade urbana.

FONTE: SAP

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8 de junho de 2020