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Agrotech: como a tecnologia está revolucionando o agronegócio.

O agrotech está em ampla expansão no Brasil, país que é um dos líderes globais de produção agropecuária.

As tecnologias aplicadas na cadeia produtiva do agronegócio revolucionam o setor e melhoram a qualidade da produção já há alguns anos. E o Brasil, assumindo o papel de protagonista no comércio internacional de produtos agropecuários, têm investido cada vez mais em soluções baseadas em tecnologia, fomentando o surgimento do chamado agrotech.

O termo está relacionado à revolução digital aplicada na agricultura, seja em pequena ou grande escala, para otimizar o trabalho na produção rural e pecuária.

Mapeamento de áreas por satélite, pulverização localizada com drones, tecnologias para plantio, irrigação e pulverizações com alta precisão são algumas das aplicações tecnológicas que estão sendo utilizadas para melhorar a performance durante todos os estágios de produção.

Startups integram o setor

De acordo com dados do AgTech Garage, existem cerca de 300 startups relacionadas ao agronegócio no Brasil. Em um censo recente realizado pela empresa, as principais áreas de atuação dessas startups são IoT (Internet of Things), softwares de gestão agrícola e agricultura de precisão.

Porém, também há startups desenvolvendo diversos outros temas, com projetos na área de segurança alimentar, educação, e-commerce e comercialização agropecuária. Já os principais mercados para a atuação desse tipo de ecossistema integram a produção de soja, milho, pecuária e cana-de-açúcar.

E o mercado para o desenvolvimento de startups para atender ao setor não é pequeno. Em 2019, a soma de bens e serviços gerados no agronegócio chegou a R$ 1,55 trilhão ou 21,4% do PIB brasileiro, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Dado o tamanho e a posição estratégica do Brasil, a probabilidade de obter um crescimento considerável neste nicho é alta, com as startups auxiliando o agricultor em todas as etapas do seu ciclo de produção.

Novidades do setor não param de surgir

Diante desse cenário, muitas inovações têm sido implementadas no campo. É o caso da tecnologia, ainda em fase experimental, que permite identificar bovinos individualmente por meio de imagens, tornando obsoletos os brincos, as tatuagens e as marcações usadas para a identificação do gado.

A tecnologia é similar à de reconhecimento facial. Com ela, um sistema convencional de câmeras instaladas no campo, cochos, ou mesmo em drones captam imagens para identificar em poucos segundos cada animal.

O experimento, liderado pelo cientista da computação Fabrício de Lima Weber, garante que, além do bem-estar animal, uma das vantagens do sistema de identificação por imagens é a economia, já que os brincos utilizados são importados e o pagamento é feito em dólar.

Os resultados experimentais mostraram que o modelo de arquitetura utilizado alcançou 99,86% de acerto.

Já a startup Eirene conta com a tecnologia para reduzir e controlar o uso de agroquímicos dos sistemas de pulverização através de um sistema inteligente.

Ao fazer uso de inteligência artificial e análise de imagens, o sistema consegue mensurar apenas a quantidade de produto necessária em uma lavoura, trazendo economia ao produtor e evitando a dispersão de herbicidas, fungicidas e inseticidas na natureza.

O setor de máquinas agrícolas autônomas também está revolucionando o mercado. Tratores sem cabine, controlados por tablet ou smartphone já fazem parte do portfólio do maquinário do homem do campo. A Jacto é uma das pioneiras mundiais na fabricação de máquinas agrícolas autônomas. Sendo a primeira a produzir a tecnologia aqui no Brasil: desde 2008, a empresa tem trabalhado no JAV (Jacto Autonomous Vehicle).

Atualmente, é possível controlar a máquina inteiramente por um tablet, além de fazer o abastecimento automático da máquina: basta informar ao equipamento onde está o sistema de abastecimento, e ele automaticamente interrompe a operação e vai buscar mais água, quando necessário.

A verdade é que a evolução tecnológica no campo vem acontecendo de forma constante e sistemática, porém, um dos empecilhos segue sendo a falta de conectividade no campo.

O Senado Federal aprovou recentemente o Projeto de Lei 172 de 2020 para tentar resolver a questão. Em tramitação há 13 anos, o PL garante que os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) possam cobrir programas e ações para levar serviços de telecomunicação a zonas rurais com baixo índice de desenvolvimento humano (IDH).

Isso significa que locais de difícil acesso, ou pouco habitados poderão receber investimentos relacionados à conectividade, o que ampliará as possibilidades de negócios agrícolas serem concretizados através do uso da internet.

O papel do agrotech na diminuição do desperdício

Segundo o mais recente estudo sobre insegurança alimentar da ONU, quase 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019 – um aumento de 10 milhões em relação a 2018 e de aproximadamente 60 milhões em cinco anos.

O relatório pede uma transformação dos sistemas alimentares para reduzir o custo de alimentos nutritivos e aumentar a acessibilidade a dietas saudáveis.

E, embora as soluções específicas sejam diferentes de país para país, o estudo apela aos governos para que integrem a nutrição em suas abordagens à agricultura, trabalhando para reduzir os fatores que aumentam os custos na produção, armazenamento, transporte, distribuição e comercialização de alimentos – inclusive reduzindo ineficiências e perdas e desperdícios de alimentos.

Nesse sentido, tornar a agricultura mais eficiente é uma premissa cada vez mais importante, e a tecnologia é uma aliada de peso na missão de produzir com mais eficiência e economia.

Fonte: ConsumidorModerno

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11 de agosto de 2021