Terral Agro produz água de coco, e dependência da laranja fica menor.

Terral Agro produz água de coco, e dependência da laranja fica menor.

Diversificação de operações da empresa passa também por investimentos na produção de grãos e no aparato tecnológico para o segmento de carnes especiais.

Dedicada principalmente a produção de laranjas, a Terral Agro tomou um caminho pouco habitual no segmento para diversificar suas atividades: atuar também no mercado de água de coco. Os primeiros passos foram dados no ano passado, e a expectativa é que seus resultados efetivos apareçam já em 2021.

Com sede em Matão, no interior paulista, a empresa foi criada em 2010 por executivos da Citrosuco, a maior produtora e exportadora global de suco de laranja. Até 2020, a produção da fruta respondia por 80% de sua receita, fatia que, com a diversificação – que inclui também outras atividades -, deve passar a ser de 60%.

A produção de água de coco ocorre em Carneirinho, Minas Gerais, em uma fazenda ao lado do rio Paranaíba – um trunfo decisivo para a produção de 4 milhões de cocos em um ano. No processo de diversificação, a empresa também investiu na produção de grãos e no aparato tecnológico para a produção de carnes especiais com certificação Angus.

Neste ano, a Terral Agro pretende ainda inaugurar um espaço exclusivo na capital paulista para a venda tanto de sua água de COCO – comercializada com a marca Terra Coco – quanto de seus cortes especiais de carnes. Segundo a empresa, um imóvel na região de Moema, na zona sul da cidade, já está sendo preparado. No interior paulista, em cidades como Limeira e Campinas, os produtos da empresa, distribuídos no varejo, têm público cativo.

“Nós nos tornamos autossuficientes na produção de milho para o gado e, após o desenvolvimento de um viveiro de mudas próprias, também entramos no mercado de coco”, diz Julio Ponte, diretor financeiro da companhia. O montante investido nessas frentes não foi informado.

Da laranja, carro-chefe da empresa, a Terral produz 9 milhões de caixas ao ano das variedades Pera Rio, Hamlin, Natal, Valencia – destinadas à indústria de suco e também ao mercado de mesa. Segundo o último balanço da companhia disponível, de 2019. a Terral teve receita líquida de R$ 191,8 milhões naquele ano, montante 45% maior que o de 2018, na mesma base de comparação seu lucro líquido quase dobrou, passando de R$ 25,3 milhões em 2018 para R$ 46,4 milhões no ano seguinte. A empresa tem 1,6 mil funcionários .

O frigorífico de cortes especiais de carnes e hambúrguer gourmet da companhia fica em Motuca, no interior paulista. Sua produção de suco de laranja está concentrada em Gavião Peixoto, Ibitinga e Colômbia, também em São Paulo. As unidades dedicadas aos grãos, por sua vez, estão localizadas em Reginópolis (SP) e Sacramento (MG).

Na planta de Motuca, a empresa abate, diariamente, entre 170 e 200 cabeças de gado. Com a consolidação da produção de carnes, a Terral contratou a consultoria AdopTI para alavancar a gestão de todas as etapas dos processos produtivos da planta, da entrada do gado ao processo de corte da carne e, posteriormente, a rastreabilidade dos lotes para o consumidor.

O diretor executivo da AdopTI, Marcos Pazeto, explica que muitas empresas utilizam a automatização de processos e etapas para ampliar sua produtividade. Cerca de 80% dos clientes da AdopTi são do setor de agronegócios. “Desenhamos soluções a partir da necessidade dos nossos clientes, diz Pazeto, que estima valor na casa de R$ 1.5 milhão para o investimento médio das empresas em soluções do tipo.

Segundo Ponte com uma gestão mais eficiente, as empresas podem anunciar também seu nível de governança. No mês passado, o executivo da Terral tomou-se conselheiro de administração certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Fonte: valor.globo.com

Compartilhe nas Redes Sociais!
11 de fevereiro de 2021
Voltar para Blog