Como os softwares de gestão podem ampliar a competitividade do setor agrícola brasileiro?

Por Douglas Bini de Paula

Graças a seu extenso e produtivo território, o Brasil é um dos celeiros mundiais e tem um papel chave na produção agrícola global: hoje é o quarto maior exportador de grãos do mundo, atrás apenas dos EUA, China e Índia. Sozinho, o país alimenta mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo.

Para garantir toda essa produção, o Brasil conta com milhões de estabelecimentos agrícolas, sendo que 80% são fazendas de até 50 hectares. Tradicionalmente, esses pequenos agricultores sempre conduziram o manejo das propriedades de forma bastante rudimentar, com trabalho braçal e tração animal, e ainda misturando as finanças da família com as finanças da fazenda na grande maioria das vezes.

Mesmo nesse cenário, nos últimos 40 anos, o país conquistou um grande salto em sua produção agrícola: um crescimento de 406%, somando 258 milhões de toneladas produzidas atualmente, enquanto a área de plantio aumentou 64%, chegando a 66 milhões de hectares, segundo dados de 2020 da Conab.

Esse panorama de ampla expansão só vem sendo viável graças ao avanço tecnológico: desde o desenvolvimento de sementes, até a eficiência das máquinas agrícolas, a tecnologia é responsável por 60% do crescimento do valor bruto da produção brasileira, de acordo com dados de 2020 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Com a transformação digital, é cada vez mais possível gerir um grande volume de dados para darmos um novo salto na expansão da produtividade agrícola, mas esse cenário só será alcançado com a adoção massiva de softwares de gestão, que ainda tem um grande horizonte para avançar.

Desafios para o avanço tecnológico nas fazendas

É preciso cada vez mais avançar com a implementação tecnológica no setor rural a fim de tirar o mundo do limite em que nos encontramos hoje: a população global não para de crescer e a demanda por grãos vem aumentando cerca de 40 milhões de toneladas por ano, cenário que pode se agravar ainda mais.

Além disso, atualmente, também enfrentamos os maiores custos de produção da história, com um aumento de quase 50%. Apenas a digitalização do setor será capaz de ampliar significativamente a capacidade de alimentar a população mundial em rápido crescimento, e ainda garantir as melhores práticas de gestão da cadeia produtiva aliada à sustentabilidade.

Embora hoje a grande maioria dos produtores rurais já tenham celulares e acesso a aplicativos, a adoção de novas tecnologias como os softwares de gestão ainda esbarra na falta de conhecimento sobre todas as possibilidades que esses recursos podem oferecer.

De acordo com a pesquisa realizada pela Embrapa, os agricultores ainda possuem dificuldades para implantar ou melhorar seu processo produtivo com a agricultura devido às seguintes razões: valor do investimento para aquisição de máquinas, equipamentos ou aplicativos (67,1%); problemas ou falta de conexão nas áreas rurais (47,8%); valor para a contratação de prestadores de serviços especializados (44%); falta de conhecimento sobre quais as tecnologias mais apropriadas para o uso na propriedade (40,9%).

Em uma análise global, o agronegócio brasileiro também enfrenta outros desafios como os níveis baixos de estoques de passagem; a desvalorização do real frente ao dólar; a crise energética e imobiliária na China; a guerra Rússia X Ucrânia; o aumento dos custos logísticos (25-30% maior que USA e Argentina); e a garantia da sustentabilidade (redução de 50% das emissões até 2030).

Desta forma, o crescimento da digitalização no campo pode colocar o país em uma posição diferenciada que facilitará a competitividade e o futuro do setor agropecuário, trazendo novas ferramentas e abordagens para a diversidade de sistemas agrícolas a fim de suprir as demandas em relação à sustentabilidade e à segurança alimentar.

As vantagens dos softwares de gestão

Imagens de satélite, IoT (Internet of Things), Big Data, modelos estatísticos, Inteligência Artificial, Machine Learning e Robotização já são uma realidade disponível no campo.

Esses recursos tecnológicos permitem aos produtores rurais terem um controle e rastreamento completo da sua produção, desde o volume de plantio, passando pela análise da qualidade do solo até os balanços comerciais e financeiros.

Quando se trata de softwares de gestão, as soluções SAP já tem dados impressionantes globalmente: 85% dos alimentos para animais de estimação do mundo são produzidos por clientes SAP, assim como 82% de todo o café e chá que consumimos diariamente e 79% do chocolate mundial. Além disso, 40% das 10 principais empresas de proteínas também utilizam SAP, e processam mais de 40 MM apenas de suínos.

Contando com as ferramentas básicas disponíveis, é possível analisar dados em toda a cadeia de valor do agronegócio para aprimorar a tomada de decisão em relação ao controle de insumos, de estoque, colheita, além do fluxo financeiro e de vendas, o que garante maior assertividade na gestão da fazenda.

A suíte de aplicações inteligentes SAP, que oferece suas soluções mais avançadas, ainda é capaz de realizar análises de solo; rotação de cultura; controle de produtividade; conexões e gestão de máquinas; controle de pragas; e controle social e ambiental que avança com as práticas ESG (Environmental, Social and Governance) no setor rural. É uma plataforma ágil e flexível para inovar rapidamente em áreas onde a diferenciação gera enormes vantagens competitivas.

Com as soluções SAP, o setor de agronegócios é capaz de gerenciar a produção de alimentos da fazenda à mesa, executando processos de negócios essenciais ao longo de toda a sua cadeia de valor do modo mais eficiente possível, o que gera avanços que revolucionam o campo, aumentam a produtividade, e reduzem custos e riscos.

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*Douglas Bini de Paula é Executivo de Negócios da AdopTI.

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24 de junho de 2022