Um decreto presidencial, disposto no Diário da União no último dia 25 pelo presidente Jair Bolsonaro, instituiu o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT) no Brasil. Tem como objetivo desenvolver e implementar tecnologias relacionadas, englobando principalmente as automações residenciais e seus produtos conectados, como geladeiras, iluminação, etc.
Iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em conjunto com o Ministério da Economia e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de contar com a participação da sociedade, com foco na garantia de que o país obtenha benefícios com essa tecnologia.
A Internet das Coisas entende-se como os produtos diversos que se conectam à internet e se conversam entre si, em sistemas de automação, como geladeiras, maçanetas e outros objetos.
O MCTIC irá apontar as áreas que terão prioridade para a utilização de soluções IoT, de acordo com demanda, oferta e capacidade de desenvolvimento, incluindo os ambientes de saúde das cidades, indústrias e rural. O Plano Nacional de Internet das Coisas terá temas como ciência, tecnologia e inovação, educação e capacitação profissional, viabilidade econômica, além de segurança e privacidade, entre outros.
As ações vão ter que se alinhar junto das ações estipuladas na Estratégia Brasileira para Transformação Digital. A fiscalização destes sistemas, levando em consideração as normas do MCTIC, ficará a cargo da Anatel.
O Ministério facilitará também a efetivação do Plano mediante projetos, criando o Centro de Competência Para Tecnologias Habilitadoras em Internet das Coisas, Plataformas de Inovação em Internet das Coisas, além do Observatório Nacional para o Acompanhamento da Transformação Digital.
O Plano Nacional ainda enfatiza, como objetivos, a melhora na qualidade de vida, oportunidade de geração de empregos e promoção de ganhos, aumento da produtividade e competitividade entre empresas nacionais, além da busca por parcerias dos setores público e privado.
O decreto ainda cria a Câmara de Gestão e Acompanhamento do Desenvolvimento de Sistemas de Comunicação Máquina a Máquina e Internet das Coisas, tendo seu nome resumido para Câmara IoT. Esta câmara será formada por representantes de cinco ministérios, em que as pastas de Agricultura, Economia, Saúde e Desenvolvimento Regional participarão.
Será regida pelo MCTIC e os membros serão indicados pelos titulares dos órgãos, sendo denominadas por meio do secretário de empreendedorismo e inovação do MCTIC, cargo hoje assumido por Paulo César Rezende de Carvalho Alvim.
A Câmara IoT terá algumas funções, como: fazer o monitoramento e avaliação das iniciativas e implementação do Plano Nacional, oferecer apoio e projetos mobilizadores, promover parcerias entre entidades privadas e públicas, debater os temas do Plano Nacional com os órgãos e entidades públicas, além de atuar com estes órgãos para encorajar o uso, bem como o desenvolvimento de produtos e soluções IoT.
Com o Plano Nacional, o Governo Federal incentivará cada vez mais o uso de soluções IoT seja nas indústrias, no comércio ou nas residências. O que os usuários devem lembrar é de garantir a segurança de seus dispositivos.
Como toda conexão, as soluções IoT estão vulneráveis a ataques e invasões. O uso de VPNs (redes privadas virtuais) nos roteadores pode garantir a segurança para que os dispositivos funcionem corretamente, sem vulnerabilidade.
Sem contar que, com uma VPN instalada em um roteador, é possível criptografar dispositivos IoT no escritório, o que contribui muito com as empresas.
Por meio do decreto, o Brasil vai ganhar em diferentes esferas multissetoriais, de acordo com o coordenador do Comitê de IoT da ABES, Werter Padilha, em uma entrevista para o Canaltech. Para começar, os brasileiros não vão mais se sentir perdidos entre as muitas informações e inovações em IoT.
É importante frisar que temos um ponto de partida e uma base regulamentar definida, o que contribuirá com um controle maior, desde os fornecedores até o consumidor final. Sem contar que o tema segue quatro verticais prioritárias de IoT, ou seja, indústria, saúde, cidades inteligentes e rural.
Por meio da IoT, especialmente a indústria, saúde e agronegócio, colherão benefícios. Antes desse decreto, as iniciativas privadas e governamentais trabalhavam sem ter uma base regulamentar para projetos relacionados a IoT. Por meio do decreto, temos uma definição sobre IoT e seus sistemas de comunicação entre máquinas, exceto as de cartão de débito/crédito.
Sem contar que ele informa sobre as quatro verticais prioritárias, conforme mencionado acima e o funcionamento da Câmara IoT. Conforme Werter, esse é um ponto de partida para alcançar a segurança jurídica nos projetos e iniciativas que se baseiam em IoT.
As tecnologias estão cada vez mais avançadas e, com o decreto presidencial, os brasileiros usufruirão de mais riqueza em produtos tecnológicos, tanto para utilizar nas casas quanto em suas empresas.
Para garantir melhor uso, a Anatel e certificadoras, vão contar com processos ágeis para análise e homologação de todos os novos dispositivos, sem deixar a qualidade do processo de lado. Sem contar que a Anatel também não deixará que se afetem o go-to-market dos negócios, conforme aponta Werter.
Entre as vantagens da implementação de soluções IoT, os funcionários das empresas contarão com maior eficiência em seus serviços, as empresas poderão promover capacitação profissional atrelada ao desenvolvimento de aplicações de IoT, gerando assim, mais empregos na economia digital.
Fora que, após o Plano da Internet das Coisas ser aprovado, será possível parcerias entre os setores privado e público, a respeito da implementação IoT. Além disso, será possível ter maior integração do Brasil no cenário internacional, inclusive, em soluções de IoT desenvolvidas no país.
Fonte: http://www.aquiacontece.com.br/index.php/noticia/brasil-mundo/09/07/2019
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